Equipes da FAS ajudam famílias a encontrar parentes desaparecidos
Embora tenha como principal público as pessoas em situação de rua, o Centro de Abordagem 24 Horas da Fundação de Ação Social (FAS) é também um importante serviço para a localização de desaparecidos em Curitiba. De 1º de janeiro a 12 de abril deste ano, as equipes que percorrem a cidade em busca de cidadãos em risco social, receberam 137 avisos de desaparecimentos e conseguiram localizar 17 pessoas.
A gerente do Centro de Abordagem 24 Horas, Vanessa Resquetti, explica que a maioria dos avisos de desaparecimentos chega à unidade por meio da Central 156, canal de comunicação da Prefeitura com a população. Mas as equipes que trabalham na abordagem social acompanham também a página da Polícia Civil do Paraná na internet. “Nessa página há fotografias e informações de pessoas desaparecidas, o que nos ajuda a reconhecê-las nas ruas”, diz Vanessa. O site é o desaparecidos.pr.gov.br.
Em alguns casos, é a Polícia Civil que encaminha a imagem dos desaparecidos diretamente para o email do Centro de Abordagem 24 Horas. “Isso acontece quando a família faz o boletim de ocorrência e relata que a pessoa procurada foi vista em algum local da cidade”, explica a gerente.
Nesse caso, a imagem da pessoa desaparecida também é compartilhada com todos os educadores sociais da unidade, por meio de um grupo de WhatsApp, aplicativo de celular para mensagens instantâneas.
Final feliz
Guilherme Teixeira de Faria, 28 anos, foi o último desaparecido encontrado pela FAS. No último dia 10, ele foi localizado sentado embaixo de uma árvore, na Praça João Cândido, no bairro São Francisco. Fazia quatro dias que ele havia saído de casa. Desesperadas, a mãe e a mulher de Guilherme registraram boletim de ocorrência na Polícia Civil, que divulgou sua foto no site desaparecidos.pr.gov.br.
As educadoras sociais Eunice Messias e Ana Zuber faziam o roteiro de busca por pessoas em situação de rua quando viram Guilherme. “Quando chegaram para conversar, o reconheceram”, diz Vanessa.
Luiz Fernando Salomão, 68 anos, também foi encontrado pela equipe de abordagem da FAS, no dia 4 de março. Com problemas de saúde, Salomão estava desorientado e chegou a resistir ao atendimento dos educadores. Leonilda, mulher de Salomão, contou que o marido ficou horas desaparecido e que ela chegou a ir à delegacia registrar o caso. "O pessoal da FAS foi muito legal. Deram água para ele e o trouxeram para casa”, conta Leonilda.
A história de Ruzica Oklopcic, 81 anos, também teve final feliz. Ela desapareceu no dia 11 de março. A família fez boletim de ocorrência e divulgou foto nas redes sociais. O marido, Mato Oklopcic, 81 anos, contou que a família suspeita que dona Ruzica, nascida na Sérvia, está com início de Alzheimer. “Ela saiu de casa de manhã e sumiu. Achamos que ela pegou um ônibus, pois foi encontrada na Praça Osório, no Centro da cidade, no fim da tarde. A FAS fez um bom trabalho”, disse Mato, que é croata e vive em Curitiba desde 1980.
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Autor:Humberto Schvabe