Geral

Álvaro de Moya

Mês passado o Brasil perdeu um dos maiores conhecedores de quadrinhos do mundo. O legado de Álvaro de Moya é um dos mais amplos conquistado por um artista. Desenhista, escritor, editor, professor da ECA-USP, pesquisador e jornalista. Além do mercado impresso, trabalhou na TV e rádio. Moya organizou e fez do Brasil a sede da primeira exposição internacional de quadrinhos do mundo em 1951, assim como esteve presente em vários eventos no exterior e fez contato com vários artistas nacionais e estrangeiros. Sempre bem humorado e relacionado, Moya é autor e organizador dos pioneiros livros Shazam!, que reunia artigos de vários autores (entre eles Jô Soares) sobre a indústria de quadrinhos; A História da Histórias em Quadrinhos, que compilava informações sobre os principais nomes, fatos e obras da arte sequencial desde seus primórdios. Outros livros vieram posteriormente, como a Reinvenção dos Quadrinhos; Anos 50 – 50 Anos, sobre a citada exposição, e o recém-lançado Eisner/Moya, sobre sua amizade com o mestre Will Eisner. Seja na leitura, estudos e referências artísticas, se os leitores brasileiros valorizam hoje clássicos das HQs, a maior parte desse reconhecimento decorre das informações e análises organizadas por Álvaro de Moya ao longo de sua trajetória. A coluna Falando em Quadrinhos que os leitores acompanham aqui na Gazeta do Bairro tem inspiração direta no trabalho que o mestre desenvolveu no passado.

Publicado em:
Atualizado em: