Não sou um perfeccionista porque para mim, o perfeccionismo é a causa básica de todas as neuroses. A menos que a humanidade se livre da ideia de perfeição, ela jamais atingirá a sanidade. A própria ideia de perfeição tem levado toda a humanidade a um estado de loucura. Pensar em termos de perfeição significa que você está pensando em termos de ideologia, metas, valores, “deve”, “não deve”. Você terá um determinado padrão a ser atingido e se não tiver de acordo com esse padrão irá sentir-se imensamente culpado, um pecador. E o padrão acabará sendo tão alto que não poderá atingi-lo. Se você poder atingi-lo, então não terá muito valor para o Ego.
Portanto, a qualidade intrínseca do ideal perfeccionista é que este ideal deve ser inatingível, e somente então vale a pena buscá-lo. Você pode notar a contradição? E essa contradição cria uma esquizofrenia: você está tentando fazer o impossível, algo que sabe perfeitamente bem que não irá acontecer, que faz parte da própria natureza das coisas que isso não possa acontecer.
Sobram apenas duas alternativas: uma é que você comece a sentir-se culpado. Se você for inocente, simples, inteligente, irá começar a sentir-se culpado, e a culpa é um estado doentio.
A outra alternativa é: se você for astucioso, dissimulado, então irá se tornar um hipócrita, pois começará a fazer de conta que atingiu esse estado. Você irá enganar os outros e tentará enganar a si mesmo. Começará a viver uma vida de ilusões, alucinações.
“Acredite em si mesmo, pois até a sombra te abandona no escuro”.
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Humberto Schvabe
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