Saiu de mim uma Força

Saiu de mim uma Força
Uma mulher que, havia muitos anos sofria de um fluxo de sangue incurável, toca de leve numa das bordas do manto de Jesus, e sente o corpo penetrado de força e saúde, como se entrara em contato com uma bateria elétrica. Jesus para, olha em derredor e insiste em saber quem foi que o tocou. Os discípulos, estranhando esse gesto, fazem ver ao Mestre que todo o povo ao redor dele o está empurrando. Ele, porém, insiste no fato de ter sido tocado por alguém, não de um modo geral e fortuito, mas com uma intenção particular, que Dele “saiu uma força”. Finalmente, a mulher, toda trêmula, confessa o seu “delito”, e Jesus, tranquilo e benévolo, a despede de perfeita saúde. A hemorroisa não tocara diretamente no corpo de Jesus, senão apenas numa das bordas do seu manto - e esse ligeiro contato a libertara da moléstia. Não o contato puramente material e objetivo, mas sim um determinado contato subjetivo, a que Jesus chama “Fé”. Vai-te em Paz, que a tua Fé te curou. O fator específico da cura não fora, pois o contato como tal, mas um contato determinado pela fé. Para que resulte efeito, requer-se um Doador de Forças e um Receptor idôneo dessas forças. Para que o receptor possa receber o dom da cura de ele tornar-se receptivo, do grau dessa receptividade depende o grau do efeito curativo. No mundo espiritual, essa atividade receptiva chama-se “Fé”. O efeito depende, pois, de dois fatores: 1) Da presença de um doador; 2) Da presença de um receptor. Crer e ter fé é criar idoneidade em face do mundo divino. E é difícil ao homem profano a criação dessa idoneidade receptiva, porque a inteligência do ego personal aceita somente causas que ela possa provar analiticamente, e a causa divina não é objeto de provas científicas. Pela fé, o homem ultrapassa as fronteiras do intelecto analítico e ingressa na zona duma visão espiritual.

Publicado em:
Atualizado em: