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Muito direito e pouca obrigação

Ao analisar o confronto entre policiais e professores, estarrecido, cheguei à conclusão que no meio desta tragédia prevaleceu a insanidade e o grande mal da defesa dos “meus direitos” que assola a Nação brasileira. Somamos direitos subtraindo obrigações.A atual administração estadual, precisando sanar suas contas, utiliza do seu “direito” de criar um plano para atender às suas necessidades. Ia tudo bem até que alguém da oposição utilizando o seu “direito” de criticar tudo que o adversário faz, identificou a vingança contra o pacote de maldades da Dilma com o título de pacote do maldades do Richa. Com esta loteria na mão, denunciaram, mobilizando partidos e partidários. Na sequência, alguém identificou que detalhes do pacote de maldades, atingiam direitos legítimos dos professores. Então, professores, ou melhor a direção do Sindicato dos Professores e a CUT, ao lado dos partidos de oposição, dentro dos seus direitos, foi consolidando uma corrente que mobilizou a categoria enquanto o governo, deputados aliados e o comando da Assembleia Legislativa (utilizando o direito à letargia) fechados em seus gabinetes esperavam levar mais esta crise com a barriga. Não deu certo, porque durante este tempo, a ativa e esperta direção do sindicato, com apoio de outras categorias, saiu às ruas mobilizando a classe. Os governistas, literalmente, escorregaram de suas cadeiras.Veio o confronto, e agora, com mal feito não tem mais conserto. Perdemos todos. Perderam muito os professores feridos, perderam muito os policiais. Os professores continuam relegados ao segundo plano governo após governo, assim como o ensino. Eternas vítimas com baixos salários, péssimas condições de trabalho, pouco preparo, estes heróis são jogados à própria sorte para enfrentar diariamente salas apinhadas de alunos sem o menor interesse em aprender. Eterna vítima.E agora, quem vai defender o policial?Pois bem, eu defendo o policial que ficou por horas sob o mau tempo obedecendo seus superiores. Também defendo o professor que saiu de sua casa para ir à rua protestar em defesa dos seus direitos (legítimos). Não posso defender o professor que feriu policiais e nem o policial que feriu professores; assim como não defendo a direção do sindicato que provocou a revolta sem o devido cuidado com os excessos, não defendo o comando da polícia, o secretário de segurança, a Assembleia e o governo estadual que não tiveram competência para administrar a ação policial e nem a revolta dos professores.Enquanto a APP e os políticos de oposição dizem utilizar seu direito de lutar contra estas medidas de maldades contra os professores, a atual administração estadual insiste em defender seu bom pacote como seu direito, única maneira de salvar as finanças do Paraná.É possível acreditar em quem, descompromissado, só tem olhos para os “seus direitos“?

 

 


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