A Secretaria Municipal da Saúde encerrou na sexta-feira (4), o segundo Liraa - o levantamento rápido para determinar o índice de infestação dos imóveis por larvas do Aedes aegyti, o mosquito vetor da dengue.
A falta de gestão de resíduos sólidos nos municípios é apontada pela Secretaria de Estado da Saúde como a principal causa para a existência de criadouros do mosquito Aedes aegypti (transmissor da dengue) no Paraná. Em 2011, dos 12 milhões de depósitos encontrados durante vistorias e que poderiam acumular água e se tornar criadouros do mosquito, 53% foram considerados lixo, como copos descartáveis, garrafas pet, latas, sucatas e outros pequenos objetos.
De acordo com levantamento da Sala de Situação da Dengue, outros tipos de depósitos comumente encontrados nas visitas dos agentes de endemias são vasos de plantas, tanques, hortas, calhas, lajes e objetos de obra e pneus que, juntos, correspondem a 37% do total.
Além da eliminação manual dos possíveis criadouros, o agente de endemias também realiza um trabalho educativo junto à população para que as residências fiquem livres de focos do mosquito.
Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, a implantação do plano municipal de gerenciamento de resíduos sólidos e a criação de programas de coleta seletiva do lixo são uma solução viável para diminuir o número de focos do Aedes aegypti. “Para isso, é necessário que haja o envolvimento de todos, desde o gestor, com o planejamento, execução e incentivo a essa prática, até a população, com a separação do lixo reciclável nas residências”, afirmou.
Modelo – O município de Curitiba tem um serviço estruturado de coleta seletiva de lixo desde 1989. Este serviço atende, atualmente, 100% do território do município e conta com o apoio de cooperativas de catadores de materiais recicláveis. A capital também fez campanha educativa junto à população para conscientizar sobre a importância da separação do lixo, tanto para o meio ambiente quanto para as pessoas que têm, na reciclagem, uma fonte de renda.
Curitiba não é um município infestado e o programa de coleta seletiva é um dos fatores que influenciam a baixa ocorrência de focos do mosquito na cidade. “A experiência de Curitiba é modelo para o País e deveria ser replicada, principalmente em municípios infestados. A destinação correta dos resíduos, aliada ao trabalho do agente de endemias e à conscientização da população poderiam reduzir o risco de novas epidemias no Paraná”, diz a chefe do Departamento de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte.
Comitê – No próximo dia 27 será realizada a primeira reunião do Comitê Gestor Intersetorial para o Controle da Dengue em 2012. A reunião está marcada para as 14 horas, no auditório da Secretaria da Saúde, em Curitiba.
Fonte: www.aen.pr.gov.br