Nos últimos dias a palavra “rolezinho” tomou grande proporção na mídia, em redes sociais e em blogs. Uma gíria que no vocabulário dos jovens significa dar um passeio, dar uma volta; têm se tornado quase um insulto para alguns e motivo de reflexão social para outros.Foi pelas redes sociais que os rolezinhos começaram a ser marcados. Jovens, geralmente da periferia, ouvintes de funk, de rap, de classes mais simples são os principais protagonistas dos encontros que se concretizam nos shoppings. De São Paulo para outras cidades do Brasil, o rolezinho tornou-se sinônimo de censura. Por meio das roupas, hábitos e costumes culturais os praticantes do rolezinho ganharam outros adjetivos como: baderneiros, bandidos e até mesmo marginais. O rolezinho divide opiniões. Alguns acreditam que a censura dos shoppings em cima dos meninos e meninas que buscam fugir da sua realidade e se sentir parte da sociedade das novelas, do exibicionismo e do consumo é uma forma de segregação social. Outros partem de ideias radicais do tipo: “Já que você concorda com esse tipo de coisa, convide-os para dar um role na sua casa”. Expressão que por si fala o grau de intolerância em relação ao tema.Algo é certo, não é pelo tipo de roupa ou de música que se define uma pessoa. Seja da periferia ou não, o importante é o respeito com o próximo. Badernas e algazarras sempre existirão independente da classe social. Desde que o ser humano existe, ele está sujeito a ter sentimentos e vontades próprias. Embora a opinião e o estilo do outro não seja semelhante ao nosso modo de pensar; estes princípios devem respeitados.Todos temos o direito de nos manifestar sem agredir os outros. Então, para os que enchem os “rolezeiros” com seus preconceitos e hipocrisias, deixo o conselho para olharem a si mesmo, sua incompreensão e seu ego. De baderneiros e ladrões, temos exemplos até mesmo no Planalto Central; no escândalo do mensalão; nas câmaras municipais e em tantas outras esferas do poder, e, se vestem de forma impecável.Não é certo generalizar os participantes dos rolezinhos, como se fossem os piores seres da face da terra. Afinal, há muitos que criticam, que falam sem entender (o que talvez possa ser uma forma de contracultura) porém, não tiram o corpo do sofá e adoram dar um rolezinho no mundo das ilusões vendo BBB. Não é?Bruna Martins Oliveira