- Allan Pereira -
Estamos vivendo a época da promiscuidade do meio-termo. O acesso à informação equivocada se espalha rapidamente aos quatro ventos e quando percebemos, há uma legião de seguidores e “formadores de opinião” se acotovelando nas redes sociais, nas ruas, bares, comércio e também na esfacelada família moderna. E dentre esses novos e cheios de melindres analfabetos funcionais a ordem é contestar os contestadores deste novo modo de vida morno e sem sal.
Somos chamados de moralistas, como se isso tivesse uma conotação negativa. Somos chamados de preconceituosos, como se essa palavra tivesse entrado no dicionário somente com o advento das redes sociais. A palavra “preconceito” é praticamente um rótulo, ninguém se preocupa com o real significado, e tal qual os palavrões que o cinema brasileiro propagou com as suas pornochanchadas dos anos 70, ela se impregnou no sempre pobre vocabulário deste imenso grupo de cidadãos.
A vida está morna e pautada na visão comercial de mundo, todos são “loucos” e “originais”, e é esse justamente o fato que os torna um único rebanho, pronto para seguir um pastor sem nome e permissivo ao extremo, o deus da libertinagem. Segui-lo é mais do que uma moda, é um estilo de vida que se compra e que se vende, sempre contemplando um lucro inexistente e definhando sem perceber.
Assumo: a moral pode, muitas vezes, ser preconceituosa. Mas somente os que a têm são capazes de defendê-la. Aos outros, resta essa eterna luta libertária para que jamais cesse a mediocridade de suas idéias descartáveis. Lamentavelmente, eles estão vencendo.