Futebol arte embrutecida – Jornalista Humberto Schvabe

Futebol-gazeta-do-bairro

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É incrível, mas o futebol brasileiro, o lindo futebol brasileiro, esta trocando a arte pela força. Enquanto o mundo se aprimora neste esporte, o Brasil caminha pela vala do imediatismo com suas “manhas” e “manias”, acreditando tudo saber sobre o esporte onde manteve o predomínio por tanto tempo.
É claro que o exemplo vem de cima, com dirigentes corruptos e inescrupulosos, defendendo interesses suspeitos, com desvio de verbas e condutas.
Quando o futebol me atraia para os estádios, muitas vezes modestos e para os campinhos da vizinhança, eu ficava a admirar os jogadores correndo atrás da bola, numa luta linda e de lances geniais em todos os níveis. A bola como centro de atenção. Os atletas precisavam dominar a “pelota”, passar para os companheiros, driblar, passar pelos adversários, vencer o goleiro e partir para o abraço. Era uma luta árdua, mas divertida.
Hoje dentro das grandes e modernas arenas, os jogadores, literalmente, vivem a bater cabeça contra cabeça (como bem lembra o colega Luiz Gonzaga Mattos, do Jornal do Batel). Sustentando esta violência, tolerada pelos juízes e imposta pelos dirigentes, está a grande imprensa batendo recordes de audiência e consequente faturamento.
A cada temporada este esporte tem me atraído menos. Não sabia porque. Agora descobri: depois desta copa no Brasil, não apenas pela derrota, mas por tudo que vi e percebi nesta disputa ao mesmo tempo em que refleti sobre todos estes anos longe dos estádios. Descobri que o futebol trocou a disputa pela posse da bola, por uma luta burra contra o adversário. Ao invés de driblar quer passar por cima. Trocou a arte pela truculência. No nosso futebol os jogadores aprendem cedo o malfadado “jeitinho brasileiro”. Levar vantagem em tudo, usar de todas as artimanhas na busca do sucesso. E assim foram ficando mais fortes para superar os adversários, mas, continuam caindo para cavar faltas; provocam os adversários. É claro que são devidamente orientados neste sentido por seus “espertos” treinadores e sócios de seus passes. Os europeus sempre foram mais fortes e voluntariosos, mas agiam e agem com escrúpulo preservando o respeito pelo adversário e a “vergonha na cara”.
Na copa do mundo, não entendia a emoção da equipe brasileira. Tanto choro. A gurizada tentava se superar, e, mesmo convencidos por dirigentes e as grandes redes, que precisavam ganhar a Copa, se não sabiam, sentiam que o time não rendia o suficiente para superar os profissionais e as bem treinadas equipes europeias.
Os grandes times de hoje pelo mundo, sem a arte gloriosa do futebol brasileiro e latino, vence a estratégia desenvolvida pelo computador, seguida do preparo físico e da correria.

 

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