Além da abordagem social que aconteceu em toda a cidade, a FAS realizou uma ação especial no entorno do Mercado Municipal, no Centro, onde todas as noites pelo menos 80 pessoas costumam dormir. Foram ofertados serviços da rede assistencial, alimentação e internamento em comunidades terapêuticas.
Convencidas pelos educadores, 83 pessoas aceitaram acolhimento e foram encaminhadas para as unidades do município. Debilitada, uma pessoa foi levada para uma unidade de pronto atendimento (UPA) e 33 preferiram permanecer nas ruas, apesar do frio.
Retorno familiar
Lucas costuma dormir nos abrigos do município, mas na noite desta quinta-feira, ao encontrar a equipe da FAS ao lado do Mercado Municipal, decidiu voltar para a terra natal, Feira de Santana, na Bahia. “Quero voltar a ver minha família”, disse ele emocionado, antes de embarcar na Kombi que o levaria para o abrigo onde passaria a noite e retornaria nesta quinta para pegar a passagem ofertada pela Casa da Acolhida e do Regresso (CAR), também da FAS.
Grebson Soares de Góis, 27 anos, chegou de Natal, Rio Grande do Norte, há duas semanas para trabalhar em Curitiba, mas decidiu partir para Vacaria, no Rio Grande do Sul, onde vai trabalhar na colheita da maçã. “Não existe cidade melhor que Curitiba. Os abrigos são limpinhos, a comida é boa, os funcionários são bacanas. Aqui, fica na rua quem quer e reclama quem é recalcado”, disse o rapaz, que morou durante dois anos na Cracolândia, em São Paulo, e contou conhecer dezenas de cidades do país.
Expresso Solidariedade
Com um amigo, Góis foi ao Mercado Municipal para jantar no Expresso Solidariedade, ônibus adaptado em forma de refeitório onde foram servidas 270 refeições ofertadas por voluntários da organização religiosa Toca de Assis. Na marmita, arroz, feijão e carne, além de pão, pão de queijo e suco.
A maioria das pessoas atendidas vive em pensões e hotéis do entorno ou é moradora da Vila Torres. Apenas 27 pessoas aceitaram acolhimento da FAS.
Durante a ação no Mercado Municipal, cinco pessoas pediram para ser internadas em comunidades terapêuticas, serviço que foi ofertado pelas organizações Casa de Recuperação Água da Vida (Cravi), Centro de Recuperação de Vidas (Crevi) e Igreja Manaim.