Transparência e invisibilidade

 

Com a tecnologia predominando, entre as modernidades disponibilizadas e viabilizadas na sociedade atual iniciou-se em diversas frentes uma luta ferrenha pela transparência na gestão pública, em especial pela disponibilidade on line de informações de atos, ações e em especial gastos e receita pública.
Começamos a assistir recordes em cima de recordes de receita. Nunca entendi porque mesmo com estes aumentos ela sempre estava em falta. Sumiam os arrecadados e as queixas da necessidade de novas receitas para cobrir os gastos públicos sempre aumentando.
Só consigo entender que isto seja mais uma “aprontada” dos administradores públicos. Salta aos olhos a falta de vergonha na cara de nossos homens públicos. Todos tem direito e altos salários, ajudas de custo das mais diversas ordens e mordomias, muitas ainda dissimuladas, que nos colocam em situação vexatória quando olhamos as condições em que vivemos como cidadãos comuns. Imagina se conseguíssemos olhar sob o parâmetro de quem vive de salário mínimo.
Então fica a pergunta como é que o povo ainda resiste a esta situação imposta pelos “do poder”.
No refletir e no discutir este sistema que nos cerca, tenho dois exemplos de conversas corriqueiras bem recentes. Primeiro uma autoridade falando sobre um processo que corre em segredo de justiça; onde justifica não fornecer nenhum detalhe sobre e mesmo e terma com muita autoriade: “…mas tudo está sendo feito com muita transparência”. Como encontrar transparência num segredo?
No outro tive a paciência de ouvir de um interlocutor com salário neste patamar de vereadores e chefes de gabinete, reclamando de dificuldades financeiras, dos altos impostos (descontos do seu salário), custo do combustível, energia elétrica e outros quando tive de ouvir calado o mesmo justificar que depois disto tudo sobra muito pouco e concluiu que não entendia o povo reclamar destes salários. Justificativa: eles reclamam por que não tem todas estas despesas e impostos descontados do salário. Tive de me calar.
No mesmo nível, está a falácia dos vereadores de Curitiba se apresentando com orgulho a “transparência” por discutir publicamente os cargos disponíveis para cada gabinete, liderança, presidência e outros, bem como seus valores (veja matéria em anexo). Cara de pau mostrar abertamente estes gastos absurdos com assessores que em grande parte, nada mais são que meros cabos eleitorais, com salário para garantir a reeleição do vereador padrinho do cargo. Esqueceram, no entanto, de informar os cargos invisíveis (fantasmas) que “ganham” da prefeitura e em outros organismos municipais aqueles alinhados ao administrador de plantão….

 

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