Sistema Fiep, por meio do Sesi no Paraná, lança Projeto de Inclusão de Jovens Negros e Negras no Mercado de Trabalho

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Visando ampliar diversidade nas empresas, projeto contará com o apoio
de indústrias parceiras para contratar jovens aprendizes

Segundo a pesquisa A diversidade como alavanca de performance, da consultoria McKinsey, a diversidade étnica e cultural da equipe de liderança está correlacionada com a lucratividade. O estudo, com dados de 2017, constatou que as equipes executivas de maior diversidade étnica têm probabilidade de lucratividade 33% maior que seus pares, enquanto as com pouca diversidade têm tendência a lucrar 29% menos.

De acordo com o estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pessoas brancas recebem salários 73,9% superior ao das negras. Na distribuição de cargos de liderança ou gerenciais, somente 29,9% são ocupados por pessoas pretas ou pardas. Os números se tornam ainda mais expressivos quando se leva em consideração que 55,8% da população se identifica como preta ou parda.

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Aliado à ética e à promoção dos Direitos Humanos, com foco na promoção da competitividade e produtividade nas indústrias, o Sistema Fiep, por meio do Sesi no Paraná, realizou o pré-lançamento do Projeto de Inclusão de Jovens Negros e Negras no Mercado de Trabalho. “É importante discutir dentro das nossas instituições o que podemos fazer em termos de diretrizes, ações e promoção da empregabilidade, inclusão e valorização dos jovens negros e negras no meio empresarial”, afirma Maria Cristhina de Souza Rocha, Gerente Executiva de Projetos Estratégicos do Sistema Fiep.

O projeto tem por objetivo desenvolver competências profissionais e sociais de jovens de 17 a 21 anos e inseri-los no mercado de trabalho. Para tanto, o Sistema Fiep contará com o apoio de indústrias parceiras que irão contratá-los como jovens aprendizes. “Este projeto reafirma o compromisso do Sistema Fiep com a diversidade, com a inclusão social, com a produtividade e com o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial os ODS 5 (acabar com todas as formas de discriminação) e ODS 10 (empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos)”, explica Maria Cristhina.

Oficina de Enfrentamento ao Racismo Institucional para Indústrias

O pré-lançamento do Projeto aconteceu durante a Oficina de Enfrentamento ao Racismo Institucional para Indústrias, promovido pelo Instituto Sesi de Inovação em Longevidade e Produtividade e ONU Mulheres, que contou com a presença de representantes da Caterpillar, Electrolux, Fundação Sanepar, Gerdau, Grupo Boticário, Mão Colorida, Neodent, Olist, Pipefy, Renault, Schneider Electric , Volvo e ainda ACNAP (Associação Cultural de Negritude e Ação Popular), Prefeitura Municipal de Curitiba e Secretaria Municipal de Direitos Humanos.

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Adriana Carvalho, gerente da ONU Mulheres

Adriana Carvalho, gerente da ONU Mulheres, falou sobre a importância da diversidade dentro das organizações. “Escolher trabalhar com uma equipe diversa não é só uma questão de Direitos Humanos, é uma decisão inteligente. Possibilita maior diálogo com o consumidor e desenvolver produtos, serviços e soluções assertivas; competir pelos melhores talentos; gerir melhor riscos e, finalmente, gerar mais inovação, o que é um diferencial competitivo importante no mercado atual”, analisa.

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Benilda Brito, coordenadora do programa de direitos humanos do ODARA

Benilda Brito, coordenadora do programa de direitos humanos do ODARA – Instituto da Mulher Negra, ministrou a oficina, que contextualizou a discriminação no Brasil, abordou conceitos e instigou a reflexão dos participantes.

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“Hoje não é possível negar os conflitos raciais que o Brasil carrega em sua história e a sociedade reflete o tamanho do estrago que esse processo da escravidão e o silêncio das políticas públicas diante da desigualdade social provocaram”, diz Benilda. “Temos discutido nas empresas como o racismo institucional congela o movimento da diversidade. Porque não basta ter negros dentro da empresa; eles estão em que lugar? Ocupando quais cargos?”, questiona. Segundo Benilda, mesmo tendo o mesmo grau de escolaridade, os salários de pessoas negras são menores. “Essa discussão é para fazer as empresas perceberem que quanto mais diversidade, quanto mais identidade, quanto mais liberdade, maior a produtividade”, afirma a especialista.

As indústrias interessadas em participar do Projeto de Inclusão de Jovens Negros e Negras no Mercado de Trabalho podem entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo número 41 3271 9292.

claudia pimenta-gazeta-do-bairro

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