Ser Supremo

Os grandes gênios da humanidade pouco respeitam as nossas convenções teológicas.
Estamos firmemente habituados a dizer que “Deus é bom”, e consideraríamos blasfêmia afirmar que Ele seja mau. E temos toda a razão com essa ideologia, enquanto nos acharmos no plano horizontal da nossa moral, perspectiva essa que resulta da concepção de um deus personal.
Se, porém, conseguíssemos ultrapassar esse plano horizontal da moral, onde Deus é necessariamente “Bom”, e entrássemos na zona vertical da metafísica, verificaríamos que Deus não é bom, nem mau, mas simplesmente “É” – e nada mais. Deus é o ser como tal, e o ser não tem atributos, porque é absoluto, enquanto qualquer atributo é relativo. O atributo restringe o âmbito do ser. O ser é como a luz incolor, que não é vermelha, nem verde e nem azul; pode, sim, produzir cada um desses efeitos, mas ela mesma não é nenhum deles. Assim, pode Deus produzir ou permitir, no plano horizontal do existir, aquilo que nós denominamos “Bom” ou “Mau”, luz e sombra, o sim e o não, o positivo e o negativo – mas Deus não é nenhum desses opostos, ou melhor, Ele é a “identidade dos opostos”, dizer que Deus é bom ou mau, justo ou injusto, sapiente ou insipiente, é restringir-lhe o SER.

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