Para os inimigos a “minha” lei

Há poucos dias li um comentário criticando a presidente Dilma pela maneira dura com que combateu a mobilização dos caminhoneiros ou transportadores que iniciaram um movimento na busca da sua sobrevivência, ou da sobrevivência de seu trabalho, do seu ganha-pão neste momento de crise em que o Brasil se encontra exatamente pelas negociatas e tolerâncias de nossos governantes, de nossos representantes.
A edição da Medida Provisória 699, atingiu os motoristas em cheio. Foi uma maneira de coagir a categoria, assim como o regime de exceção de 1964 atingiu quem reclamava dele. Se Dilma foi vítima de arbitrariedades que lhe impuseram dor física, os motoristas estão sendo vítimas de arbitrariedade de uma atitude governamental que com a mesma desculpa de “manter a ordem” lhes impinge multas absurdas, se caracterizando também como abuso de poder. Ameaçar um motorista parado fazendo manifestações com uma multa três vezes maior do que a multa para quem dirige embriagado que passa de R$ 1.915,00, para R$ 5.746,00, e o dobro se “reclamar” de novo. E o pior ainda: 12 meses sem dirigir, com o risco de ter o veículo apreendido. E com uma Medida Provisória; um ato da presidente que tem força de Lei para ser executada antes de ser analisada pelo congresso. O mesmo Congresso com seus defeitos e vícios, ficou anos discutindo regras para delimitar o uso de álcool por pessoas na direção de veículos.
No poder, cria leis para atingir quem critica seu governo, enquanto, com os amigos, continua posando de heroína por ter criticado e sobrevivido às leis autoritárias criadas pelos poderosos de ontem.

 

 

- Publicidade -
Compartilhe este artigo
adbanner