Para onde vão as manifestações

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8-gazeta-do-bairro Jornalista Humberto Schvabe

Apresentados de maneira geral, pela grande imprensa como um movimento que reivindica a diminuição do preço do transporte coletivo, levando críticas aos políticos e seus partidos, manifestantes falam de outras pautas e agendas demonstrando que querem mudanças.
Queremos mais, iniciando pela qualidade de nossa escola e pelo respeito ao professor. Povo informado vive melhor e produz mais.
Que mudanças são estas?
A visão predominante, apresentada pelas grandes redes de televisão, rádio e jornais, faz parte da política de alienação que vem alimentando a crença de que apenas a classe política é a vilã das mazelas deste nosso querido Brasil. Junto com os políticos estão todos os que partilham do poder e em especial aqueles que ajudam e sustentam a eleição das velhas raposas da política regional e nacional.
Viva a reação popular, ou a ação popular nas ruas. Mesmo sem conseguir entender onde pode chegar esta mobilização, assim como uma boa parcela da população, também me sinto aliviado ao ver o povo nas ruas, levando suas reivindicações e seu descontentamento. Sei que o movimento vem acompanhado pelos aproveitadores e bandidos de sempre que buscam se aproveitar de tudo e com tudo, para manter suas vantagens.
São “os de sempre” que conseguem estar presente em todo movimento que busque mudanças a fim de “garantir” ou continuar garantindo “o seu”.
Na verdade, estas mobilizações, em meio a toda a confusão existente se apresentam com uma enorme variedade de interesses que se misturam de maneira positiva e também negativa. O que se destaca é a reclamação contra o poder instituído e seus representantes que vem se comportando de maneira vergonhosa, tirando proveito de tudo e de todos, em benefício próprio agarrado ao poder como se fossem donos do País. Vinham confiantes na “candura” do povo brasileiro.
Parece que com a consciência de que só o voto não é suficiente para mudar, em função das amarras do sistema eleitoral, o povo sai às ruas. Sai para reclamar dos preços das passagens e do sistema político atual que a cada dia cria mais e mais leis, para facilitar a vida dos dominadores, tirando de nós, os meios legais para escolhermos alguém que possa identificar nossos interesses.
Para os cargos executivos, os partidos se alinham e se misturam na hora de “indicar” nomes, impedindo a presença popular e a possibilidade efetiva de mudanças. Os nomes são sempre os mesmos, ou quando muito descendentes ou afilhados “dos mesmos”.
E agora vem esta de voto em lista, e pior, lista fechada como defendem partidos como o PT e PL. Já não basta fechar a lista com dois ou três nomes para os cargos executivos. Querem “fechar” uma lista dentro dos partidos para os legisladores também serem indicados pelo partido, ou pelo dono do partido.
Se hoje está difícil escolher algum nome de pessoa idônea para vereador e deputado, imagina ter de votar no partido que já decidiu quem são seus “escolhidos” para terem os nomes sufragados (sem piedade) por nós.
Que continuem as manifestações. Mesmo que esta multidão possa se calar ou ser calada com estes R$ 0,20 centavos das passagens; o eco de suas vozes vai ficar no ar. Vai permanecer como um alerta, não apenas aos políticos, mas a todos os poderosos “de sempre”.
Que estes pensem um pouco mais antes de continuar com a mão no dinheiro público, pois o pote está melhor vigiado.

Que fique o alerta!

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