O Possuído – Pedro da Costa

Meu era o dinheiro. Meu era o corpo. Meu era o intelecto. Meu era isto. Meu era aquilo. Tudo era meu. Só meu – e de mais ninguém.
E, para que tudo aquilo fosse meu, fazia seguros de vida e de bens, assinava, sobre estampilhas oficiais, com firma reconhecida, que isto e aquilo eram meus, meu somente…
Tamanha era a insensatez da minha sensatez!
Tão inseguro era eu, que de tantos seguros necessitava! Porque era eu senhor de tantos “meus”? Porque ainda ignorava o meu verdadeiro eu, que não necessitava de “meus” nem de “seguros”.
Identificava-me com o meu pseudo-eu, com meu ego personal.
O ego tem mister muitos “meus” e muitos “seguros”, porque é um pseudo-eu muito inseguro… Quem de tudo isto necessita é um necessitado, um pobre indigente.
Agora, porém, que ultrapassei o meu pseudo-eu, aboli quase todos os “meus”.
Hoje considero todas as coisas como propriedade única e exclusiva de Deus em prol da humanidade…

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