O palanque

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O que vou narrar aqui, aconteceu no ano de 2004.
Uma história um tanto… poderia até dizer ”escabrosa” diante do local e das circunstâncias onde tudo aconteceu.
O caminho era estreito, o palanque abarrotado de coronéis e oficiais do exército, autoridades, rotarianos, empresários, políticos e a imprensa. Era um dos primeiros Desfile Cívico Militar do Pinheirinho, da avenida Winston Churchil, dos empresários, das escolas, enfim, de todos os participantes do evento sob a liderança do então comerciante João do Suco. O Mestre de Cerimônia, apresentava o Desfile Cívico-Militar, anunciando e destacando as empresas patrocinadoras, o público de mais de dez mil pessoas na Avenida. Eram bandas, escolas, fanfarras, CTG, Rotary, Exército, Polícia Militar, bombeiros, escoteiros, entre entidades e organizações da região. Até mesmo a Gazeta do Bairro e outras empresas se apresentando numa avenida enfeitada e bem decorada.
Para subir ao palanque os primeiros convidados foram as “Autoridades”, onde, em posição de sentido, cantavam o Hino Nacional.
Seguindo as autoridades subia a “tropa” de mulherada, a mais alta, era a última.
O palanque de ferro com assoalho de madeira escondia verdadeiras “armadilhas” de aproximadamente dois centímetros entre algumas tábuas colocadas “estrategicamente” no caminho. E para ficar mais bonito cobriam o chão com verde e amarelo.
Bem na hora do Hino Nacional, entraram as garbosas mulheres, a “grandona” lá no final da fila; quando passava bem na frente de um dos coronéis, eis que o salto de seu sapato enroscou naquela maldita fresta e ficou grudado ao chão, enquanto seu corpo delicadamente pendia rumando a caminho do tapete verde amarelo: o seu reflexo foi preciso. Segurou firme e forte no “cangote” de um Coronel, que mais parecia uma estátua, o mesmo nem se mexeu, pois estava em sua missão, todo engomadinho, posição de sentido, cantando o hino nacional e não podia perder a pose. Ela tentou de todas as maneiras desgrudar o salto daquele chão cruel, e se livrar o quanto antes daquele “gélido” pescoço. Num “sobressalto” e esforço final, tirou o pé e saiu ziguezagueando com o sapato na mão, a face corada de vergonha, sem conseguir controlar o pânico do seu sorriso.
Pânico sim senhor, imaginem a cena, bem na hora do Hino Nacional e na frente daquela elite enraizada de “puxa sacos “que a tudo assistia dissimulando.
Diante do ocorrido e de muitas gargalhadas com as amigas eis que surge o esposo da “grandona”, sem saber de nada, com aquele jeitão especial só dele, entra na roda da mulherada e diz:
-Só não entendi o porquê de você estar cumprimentando o coronel na hora do Hino. Ela diante do comentário dele e das gargalhadas das amigas, simplesmente disse:
Eu caí…. e a gargalhada só aumentou.
Neide

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