Escola e democracia

 

Esta mania de criar lei para tudo no Brasil poderia, talvez, ser alterada por uma norma geral onde as leis e os tribunais fossem substituídos por escolas. Em especial escolas de civilidade e conscientização pública, onde os professores tivessem o salário dos juízes, e os demais funcionários das escolas recebem o mesmo valor dos funcionários dos tribunais.
Mesmo que esta abertura texto caiba bem no mundo da utopia, ela também cabe como provocação. Neste momento crítico em que a crise de consciência atinge a sociedade brasileira com uma intensidade difícil de entender, temos de respeitar este raro momento de democracia, com plena liberdade no defender ideias (agora sem o saudoso acento) e ideais.
Esta democracia em consolidação, anima a tantos que, como eu, acreditam na possibilidade de uma sociedade mais justa e equilibrada, também preserva em seu meio os céticos, cansados de tanto esperar.
Voltemos ao tema que me trouxe aqui, a educação. Como não existe evolução sem conhecimento, o caminho é a escola. Quando possível começa na família, em casa. Para os filhos dos infinitos lares desestruturados desta pátria o poder público, que representa a sociedade, tem a obrigação de assumir estes desprotegidos.
Entre tantos vícios que nos cercam, o mais grave é sempre a “falta de vergonha”, onde tudo pode ser justificado. O que não pode é “eu” ficar sem “vantagens”. O candidato busca ganhar mais e raramente se apresenta para levar adiante algum projeto de vida ou de defesa de interesse comunitário. A desculpa simplória: “corro o risco, corro atrás dos votos, invisto ‘meu dinheiro´ (mesmo recebendo sempre ajuda de amigos e do próprio Estado) e depois preciso de um retorno para isto”. Em seguida “preciso fazer caixa para a próxima eleição”, e, assim vai ajustando os acordos, cargos e contratos.
Escola neles. Não escolas técnicas para administrar suas campanhas, sua fortuna e projetos de novos cargos. Sim escolas para educar, ensinar a refletir, pensar sobre novos caminhos, uma sociedade mais justa, humana, solidária e consciente.
Isto não é utopia. É a realidade consciente de quem acredita no homem como ser racional vivendo democraticamente com escolas onde professores respeitados orientem alunos a pensar, para criar e para desenvolver sua capacidade crítica e criar uma sociedade mais justa.

 

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