Educação de filhos – Uma relação afetiva

A preocupação crescente com a educação dos filhos passou a ser tema recorrente de noticiários, reportagens, entrevistas, debates e palestras.
O que se vê são pais perdidos, buscando o melhor para os filhos, mas se deparando com obstáculos crescentes e parecendo intransponíveis. Foi-se o tempo em que um olhar “atravessado” do pai resolvia tudo.
Atualmente, as crianças e/ou adolescentes insistem, insistem, mais e mais, até vencerem os pais pelo cansaço. E hoje em dia já não está tão difícil vencer os pais pelo cansaço, já que a rotina estressante de trabalho leva ao stress por si só e faz com que os pais tenham menos tempo, disposição e PACIÊNCIA com os filhos.
Todos os dias no consultório, conversando com os pais, percebo a dificuldade em conciliar a rotina de trabalho com uma boa educação para os filhos. E essa é mesmo uma tarefa difícil.
Atualmente, está muito mais fácil, para os pais, fazer a aquisição de brinquedos, aparelhos eletrônicos, celulares, computadores e outros equipamentos. E ai, os pais, em primeiro lugar, porque querem a felicidade dos filhos, compram diversos e variados artefatos que depois acabam virando obstáculos no meio da sala ou do quarto, ou simplesmente artigos de decoração nas abarrotadas estantes dessas crianças. Em segundo lugar, os pais tentam acabar com a culpa que sentem por precisarem trabalhar e por não poderem estar o tempo todo com os filhos. Acham que assim estarão “recompensando” a criança por tolerar passivamente sua ausência.
Hoje, as crianças não têm mais tempo para desejar, não há espaço para a idealização do brinquedo, da brincadeira, é tudo instantâneo.
Nos tempos da minha infância era muito difícil possuir o brinquedo da televisão, só havia uma grande marca de brinquedos que cintilava com invenções formidáveis que estavam sempre presentes em nossos sonhos.
Quando alguém possuía um desses brinquedos, todos se reuniam na casa do fulano para brincar, era uma diversão.
O excesso de generosidade, ou a culpa, tem feito os pais cederem, cada dia mais, promovendo o mínimo de situações difíceis para a criança. Outro exemplo desta mesma situação são as lições de casa trazidas pelas crianças. Os pais, que outrora eram iletrados, hoje são profissionais liberais, muitas vezes com 3º grau completo, pós-graduados, com grande bagagem de estudos. Mas o que deveria facilitar o estudo e aumentar o interesse dos filhos acaba sendo um problema, pois com a bagagem que os pais têm, ao invés de promover a autonomia dos filhos nas tarefas, acabam aumentando a dependência e tornando as crianças cada vez mais acomodadas, sempre buscando uma resposta pronta.
Mas então qual seria a solução para tantas dificuldades da educação moderna?
Aqui vão algumas dicas:
• Considere seu filho como prioridade na sua rotina, procurando conversar com ele diariamente e estar por dentro da sua rotina escolar e social.
• Presentes grandes e caros não substituem a atenção e o afeto, que são necessidades primárias das crianças.
• Passeie com seu filho, mostre ambientes diferentes a ele (museus, zoológicos, exposições, parques…).
• Quando ele vier contar algo que lhe aconteceu, tente ser mais compreensivo do que crítico, pois ele precisa aprender o que é correto e você está tendo a oportunidade de ensiná-lo.
• E lembre-se: “Os filhos podem ser recompensas ou castigos, conforme a educação que receberam”.

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