Dia do Abraço: neurocientista explica as substâncias que esse afeto causa em nosso corpo

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Essa simples ação pode diminuir depressão, controlar a ansiedade e ajudar a pele

O abraço é uma expressão corporal que demonstra sentimentos como amor, carinho, amizade e cuidado. Além disso, é um ato que nos conecta com outras pessoas por meio de um toque íntimo que desencadeia emoções e sensações. Consequentemente, após esse ato genuíno de afeto, nos sentimos leves e temos transformações de dentro para fora.

Isso porque, segundo o PhD, neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu Rodrigues, do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), quando abraçamos alguém de forma sincera e prazerosa, o nosso cérebro produz hormônios de felicidade, bem-estar e também libera substâncias analgésicas capazes de sanar dores físicas.

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“Quando surpreendemos ou somos surpreendidos dessa forma tão íntima, o nosso cérebro inicia a produção de oxitocina, que é um dos hormônios relacionados a felicidade, reduz os níveis de hormônios do estresse e eleva os níveis de serotonina, o que aumenta o bom humor. Automaticamente, por meio desse simples ato, há o fortalecimento do sistema imunológico, melhora na autoestima e controle nos níveis de ansiedade”, explica o especialista.

Outros benefícios que o neurocientista aponta por meio do abraço são: rejuvenescimento, pois melhora a oxigenação no sangue, melhora a memória, equilibra o sistema nervoso, alivia a dor e promove a empatia, já que é um ato de reciprocidade.

Fabiano também destaca que num simples abraço podemos demonstrar nossas emoções mais íntimas, no qual o próximo que a recebe consegue perceber como está o nosso estado emocional através da sintonia.

“Muitas das vezes, quando estamos em um estado emocional e mental um pouco desalinhado, a nossa capacidade de compartilhar afeto fica restrita. Desta forma, acabamos compartilhando um abraço mais frio, distante e sem muito contato físico. Esse é o reflexo de como nos encontramos emocionalmente”, disse o especialista que também acrescenta:

“Esse ‘abraçar’ sem abraçar revela nossa má vontade em doar os nossos sentimentos aos outros. Mas quando a vontade é mútua e ambos compartilham da mesma ligação afetiva, a troca e a reciprocidade trazem uma sensação de bem-estar inevitável que perdura até depois do ato”.

*A cultura do abraço*

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Algumas culturas não têm o hábito de constantemente demonstrar afeto por meio do abraço, enquanto outras são mais “abraçadeiras”. Por exemplo o nosso país, o qual somos conhecidos mundialmente como os mais calorosos e receptivos.

Esse hábito nacional nos é ensinado desde a infância. Estudos mostram que crianças que são muito abraçadas tendem a gostar desse tipo de carinho e na fase adulta se tornam pessoas afetuosas. Por outro lado, se os pais não costumam abraçar os seus filhos, eles passam a achar o afago desconfortável e quando adultos demonstram menos carinho.

Nesse sentido, Fabiano avalia que “ao abraçar nossos filhos, estamos desde já alimentando um futuro adulto com uma elevada autoestima e ajudando na produção da ocitocina que é responsável pelo desenvolvimento da personalidade”.

Separados por uma pandemia mundial

E quem não gosta de um bom abraço apertado, ideal para demonstrar gratidão ou até mesmo fazer as pazes com um amigo querido. No entanto, até que a Covid-19 não termine a sua turnê mundial, vamos ter que nos manter afastados e ansiosos para que o tão sonhado dia chegue e, assim, podermos matar a saudade.

“Não podemos nos abraçar por enquanto, mas isso não quer dizer que não nos abraçaremos mais. Pense no momento como um acúmulo de carga para quando isso acabar, todos vamos nos abraçar.”, finaliza.

Sobre Fabiano de Abreu

Fabiano de Abreu Rodrigues é PhD, neurocientista, neuropsicólogo, mestre em psicanálise com pós graduação em antropologia, jornalista e especialização em nutrição clínica.

Fotos de Fabiano de Abreu / créditos: Arquivo Pessoal

Demais imagens / créditos: Pixabay

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