Como será nossa leitura amanhã

Jornalista Humberto Schvabe

Maior meio de difusão de textos e imagens, e, indispensável para o dia a dia da sociedade racional, a internet vem ocupando cada vez mais espaço, mesmo questionada em alguns aspectos. Seus riscos, seus vícios, seu domínio e ação globais trazem muito conforto ao conhecimento humano e à difusão do conhecimento. Mas, nem por isto reina absoluta no campo do conhecimento e da informação como previsto pelos mais açodados analistas.
O que muitos imaginavam ser sua primeira vítima, os livros físicos, se mostram insubstituíveis. A facilidade de acesso e distribuição dos conteúdos pelas redes e custos menores criou um novo público e substituiu outros leitores. O melhor de tudo, no entanto, é o aumento do número de leitores. A mídia impressa mesmo diminuindo é cada vez mais respeitada como documento e conteúdo confiável. Temos pesquisas indicando que 60% das pessoas preferem ler no papel em função da confiança no mesmo. Também mais de 80% dos brasileiros já declaram seu temor em relação às redes sociais e blogs.
Os riscos começam pela falta de legislação em relação à internet, em especial para identificar as fontes das informações postadas. São lacunas e inverdades que nos conduzem a terra de ninguém em relação às informações veiculadas na mídia impressa (onde a população mais confia).
Mesmo com a necessidade de se reinventar muitos dos meios de comunicação tradicionais que sofreram na pele a presença da internet e redes sociais, é palpável e cada dia mais clara a possibilidade do papel se manter no mercado ocupando este lado mais sólido, cerne de um registro menos volátil e irresponsável das redes sociais, blogs e sites.
A leitura no ecrã, ou seja numa tela de celular, tablete ou monitor é muito diferente de um livro, revista ou jornal. Esta preferência não pode ser vista apenas como um embate entre o papel e o ecrã. A diferença mais forte fica entre a profundidade de um e a agilidade do outro.
Para chegar ao papel; ao livro, revista, jornal, etc, temos um processo mais complexo, custos e um registro efetivo. Pela internet o imediatismo e a agilidade podem se apresentar como uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo que oferece a agilidade da informação, abre espaço para uma gama infinita de fontes anônimas.
São opções importantes para o leitor que pode desenvolver seu senso crítico e também ter sua opinião levada à ideia da Aldeia Global de Marshall McLuhan, célebre nas décadas de 60 e 70, com a facilidade de comunicar com o mundo e também previa a possibilidade de cada um de nós ter o seu minuto de fama.
Ante a visão dos estudiosos, visionários e cartomantes, nem sempre se confirmam as previsões, mas são importantes como resultado de estudos e reflexões podendo identificar hoje o que vai acontecer amanhã.

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