ALL reivindica área e famílias de Almirante Tamandaré vivem sob ameaça de despejo

Cerca de 120 famílias que vivem na localidade de Jardim Planalto, em Almirante Tamandaré, convivem com a ameaça de serem despejadas de suas casas a partir do dia 26. Trinta delas já foram intimadas pela 7ª Vara da Justiça Federal de Curitiba a desocuparem voluntariamente a área, sob risco de – passados 15 dias dessa notificação – sofrerem a desocupação por mandado de reintegração de posse. Algumas residem no local há aproximadamente 45 anos, e contam que, na época, foi a prefeitura que doou o terreno para elas construírem. A maioria das famílias é formada por trabalhadores de baixa renda, que adquiriu de terceiros a casa em que vive.
Só recentemente é que as pessoas tomaram conhecimento da ação movida pela ALL – América Latina Logística desde abril de 2012, por informação dos oficiais de Justiça, da Polícia Federal e de integrantes do Conselho Tutelar de Almirante Tamandaré que foram até o local para identificar os moradores e coletar assinaturas e que, inclusive, anotaram os nomes das crianças. “As mães ficaram apavoradas”, conta uma das moradoras. “Porque disseram que se elas se negassem a assinar a intimação, as crianças seriam retiradas das famílias e entregues aos cuidados do Conselho Tutelar, já que eles consideram o local como área de risco”, informou. Outro morador que não quis se identificar, teve sintomas de crise de hipertensão quando relatou na quarta-feira (21) ao atendente da Defensoria da União o drama das famílias com o que considerou terrorismo na abordagem das autoridades: “mães chegaram a esconder as crianças no mato até que a polícia fosse embora, tamanho era o medo delas de serem separadas dos filhos. O pânico é geral entre as famílias”, disse.
Moradores pagam IPTU da área e têm contas de água e luz em seus nomes – Uma comissão de moradores protocolou pedido de audiência com o prefeito de Almirante Tamandaré, Vilson Rogério Goinski (PMDB), para buscar soluções e não deixar se instalar o conflito diante da iminência do despejo. Esses moradores querem que o município ajude a definir um plano de remanejamento e relocação das famílias, visto que, segundo eles, a ocupação da região se deu por meio de doação do município. Embora esse fato não tenha sido registrado em cartório na época, muitos dos moradores atuais vivem em casas compradas e todos pagam impostos municipais sobre o terreno, o IPTU, e têm contas de água e energia elétrica nos seus próprios nomes. “Talão de luz a gente tem desde 1989, quando começaram a emitir”, disse moradora que reside há 23 anos no Jardim Planalto.

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