A “minha” democracia

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A palavra política tem origem no Grego “demos” (povo), “kratos” (poder) e também ”pólis” (cidade), mas pode ser também entendida, etimologicamente, como “coletividade” conceitos e “conselhos” que podemos estender para as relações humanas, ou seja o convívio social e político.
Este convívio, ou conflito, do “viver político” fica bem claro quando Maquiavel desnuda o intrincado mundo do poder e da ciência política. Ele deixa bem claro como funciona o jogo para manter, para sustentar e até mesmo para bem administrar um estado. Mostra com muita clareza como funciona este jogo de forças.
Na verdade, as relações entre os que detêm o poder político, assim como qualquer relação humana, é uma constante de administrar conflitos.
Assim é que temos na democracia, o melhor dos sistemas por permitir que os conflitos sejam debatidos publicamente por serem aceitos como normais. Precisam ser debatidos, negociados, visando evitar o predomínio absoluto de ideias e interesses. Mesmo sem conseguir manter um perfeito equilíbrio de forças, estes conflitos, negociados, evitam os rompantes dos poderes teocráticos ou ditatoriais onde todos são obrigados a se sujeitar às “vontades” do comando central. Todos que questionem suas ações são inimigos e por vezes uma ameaça que precisa ser eliminada.
Quando falamos de democracia, mesmo que muita gente não consiga entender, o conflito é a base de tudo. O pensar diferente é um conflito; o que não significa que alguém tem de estar errado. Cada um tem seu modo de olhar o assunto em pauta.
Discutir não é brigar. O conflito não leva necessariamente à guerra. O discutir, o debater, só chega às vias de fato (ou a guerra) quando uma das partes resolve impor sua posição, ideia ou vontade.
Imagine querer obrigar alguém a pensar como eu? É estranho, mas isto se explica pelo simples motivo de que, cada um de nós (naturalmente) considera que “sou bom e minhas ideias são as corretas”, e, pronto!
É preciso entender que o debate é o cerne, é a própria essência da democracia. É do conflito de ideias e princípios que a sociedade vai se aprimorando. Eu penso assim, você pensa assado. Se ficarmos num meio termo vamos seguir o melhor caminho, o rumo efetivo, com o mínimo de conflito.
Eu respeito sua opinião e você respeita a minha. Eu posso acordar ao meio dia e você acordar às seis. Das seis ao meio dia você fica longe de mim, ou em silêncio, para não me acordar e eu por minha vez também respeito o seu horário permitindo que durmas mais cedo. Acho horrível acordar cedo, mas tenho de respeitar e entender o seu prazer em acordar de “madrugada”. Assim vamos continuar morando juntos.
Assim é a democracia. Uma constante busca do equilíbrio de conflitos, onde é preciso respeitar a vontade alheia para ter a sua vontade também respeitada.

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